Hoje criámos o nosso texto para o Projeto "Histórias da Ajudaris 20". O tema deste ano é "Animais".
Conversámos primeiro sobre o tipo de texto a criar, para decidir se íamos trabalhar prosa ou poesia, o texto narrativo ou o descritivo. De uma coisa tínhamos a certeza, o nosso texto teria que ser criativo!
As ideias foram surgindo e fomos escolhendo as melhores, compondo as frases, mudando o vocabulário para o tornar mais diversificado...e nasceu a nossa História da Ajudaris 20!
Carta a um Humano
Olá, Humano.
O meu nome é Bobi, ou Max, ou Kika, ou Snopy, ou Rex, .., ou qualquer um dos nomes que tu me quiseste chamar.
Ainda te lembras de mim ou já me esqueceste?
Um dia nasci e era muito pequenino e bonito. Era uma bolinha de pelo cor de mel, com umas orelhinhas que quase não se viam e uma cauda curta, felpuda e fofa. Ainda não me tinha posto em pé sozinho e todos me queriam pegar!
Tinha um cestinho para dormir, um osso para roer, uma bola com sinos para brincar e uma coleira colorida no pescoço que só usava para passeares comigo.
Roía os teus sapatos, fazia xixi no tapete, deixava a tua cama cheia de pelo e desarrumava a sala toda. Com paciência e alguns ralhetes teus, tudo corria bem!
Quando chegavas a casa, eu era o primeiro a receber-te com muitas lambidelas e fitas.Se te sentavas no sofá, saltava logo para o teu colo e nunca conseguias ler o jornal em paz.
O tempo passou eu fui crescendo...
O tempo passou eu fui crescendo...
Eu era apenas um rafeiro e tu começaste a não me dar atenção.
Um dia (já não te deves lembrar) com a desculpa de me levares a passear, meteste-me no carro, andaste, andaste, até chegar a um monte ermo. Já não te deves lembrar também, mas atiraste o meu brinquedo favorito para bem longe e eu, muito entusiasmado, fui a correr atrás dele. Há tanto tempo que não querias brincar comigo que eu nem acreditava!
Demorei muito tempo para encontrar o brinquedo porque o atiraste para bem longe, para trás de um medronheiro...
Quando finalmente voltei para to entregar, já não estavas lá!
Ainda pensei que estavas a jogar às escondidinhas comigo, mas não... Procurei, procurei, mas não te encontrei. Só muito mais tarde percebi que me tinhas abandonado!
Escrevo-te esta carta para te dizer que já tenho uma nova família. Não tenho muitos brinquedos, nem uma coleira colorida, nem um cestinho para dormir mas tenho muuuiiiito carinho.
Agora peço-te uma coisa: se não queres assumir o compromisso de cuidar e amar um animal, não o procures! Um animal não é uma coisa descartável, que se deita fora quando não se quer!
Assinado:
Bobi, ou Max, ou Kika, ou Snopy, ou Rex, .., ou qualquer um dos nomes que tu me quiseste chamar.
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