Uma aventura…numa
Saída de Campo
Naquela segunda-feira, à entrada para as
aulas, a agitação era imensa! As saídas de campo e as aulas na Natureza eram as
atividades favoritas da turma.
Estava tudo preparado! Nos sacos levavam
o material de apoio: máquinas fotográficas, lupas, sacos para recolha de
materiais, binóculos, fitas métricas, bloco de notas e lápis.
Mais uma vez, iam explorar a Natureza.
Cada saída de campo é uma novidade porque há sempre novas descobertas. E há
tanto para descobrir mesmo ao lado da escola!...
- Está tudo pronto? Organizem-se por
grupos e não se esqueçam dos materiais! – disse a professora.
- No nosso grupo está tudo pronto! –
respondeu entusiasmada a Carolina.
- No nosso, também! – acrescentaram a
Luana, o Márcio e o João.
- Todos sabem as regras… - lembrou a
professora.
- Não fazer barulho! – disse o Micael.
- Não se afastar da professora! –
relembrou o Vasco.
- Não calcar nem cortar nada! –
alertou a Letícia.
- Sim, e a regra principal … - começou a
dizer a professora.
- Usar todos os sentidos! –
completaram, em uníssono.
Já no monte, um grupo observava,
fotografava e media os líquenes para tentar descobrir a sua idade.
- Professora, este líquene deve ter quase
20 anos porque tem mais de 15 centímetros de largura. - disse o Gabriel.
- E já consegui fotografar com a lupa
uma formiga que estava aqui a procurar alimento ou esconderijo! – acrescentou a
Maria.
Ao lado, um grupo decalcava as texturas
dos troncos e das folhas enquanto outro ia levantando cuidadosamente pedras
para encontrar algum vestígio de animais. Como estava sol, podiam ter a sorte
de encontrar um réptil!
O último grupo distanciou-se um pouco
para chegar a uma zona húmida, com muitos carvalhos, salgueiros, amieiros e com
muito coberto vegetal.
– Este é o melhor local para observarmos
fetos e musgos – disse a Gabriela.
- E também cogumelos! – acrescentaram o
Martim e a Clara.
- Cuidado para não escorregar e molhar
os pés! - recomendou o Eduardo.
– Sim, ainda não somos rãs ou tritões! –
gracejou o Duarte.
De repente, como estão sempre atentos a
todos os pormenores, ouviram um barulho que vinha de um arbusto e pararam para
perceber o que era…
- Não se mexam! Eu vou chamar a
professora! – sussurrou o Afonso.
A professora, com muito cuidado,
aproximou-se do arbusto e, com uma cara de espanto murmurou:
- Não vão acreditar! Estão aqui três
crias de raposa!
- E os pais delas? – perguntou
preocupada a Nicole.
- Devem ter ido procurar alimento! -
respondeu a Lara.
Todos se tinham aproximado subtilmente e
já conseguiam ver as três divertidas raposinhas que pareciam peluches
saltitantes.
- Professora, estou a ver ali ao longe
uma ave de rapina! – apontou a Helena.
- Temos que proteger as raposinhas até a
mãe chegar! – exclamou o Ricardo.
A Cíntia, com um ar muito preocupado,
disse:
- Se ficarmos aqui a protegê-las, a mãe
pode não se aproximar…
- Ou pior, pode atacar-nos! – comentou a
Eduarda.
A professora apresentou a sua ideia:
- Colocámo-nos atrás daqueles
medronheiros que têm uma folhagem bem densa, e ficamos atentos às raposinhas e
às aves de rapina.
- Se se aproximarem, nós fazemos barulho
para as afugentar! – disse o Rúben.
- E se a mãe tem medo de nós e foge? –
questionou o Guilherme.
A professora Margarida sossegou-o:
- O instinto das mães é proteger as suas
crias por isso só precisamos de ter paciência e esperar… Ela vai perceber que
não estamos aqui para as magoar!
Não esperaram muito tempo! Ouviu-se o
regougar da raposa e as três crias foram ao seu encontro, desparecendo por trás
de um arbusto. Foi um alívio!
- Oh! Não tirámos fotografias! –
exclamou a Kamar.
- Mais importante que guardar esta
aventura numa fotografia, é guardá-la na nossa memória e no nosso coração! –
disse a Inês, sorrindo.