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segunda-feira, 19 de junho de 2017

Emoções...

Hoje, como não podia deixar de ser, mal entraram na sala começaram a falar sobre os incêndios... Só podia acontecer isto pois a televisão leva-nos a toda a hora para aquele inferno e o céu que víamos da janela não era o mesmo dos outros dias! Era um céu castanho com um ponto avermelhado que tentava mostrar-se... Tivemos que ligar as luzes da sala!
Escrever o habitual texto sobre o tempo hoje foi um pouco estranho... A primeira reação era dizer que o céu estava muito enevoado mas todos percebiam que não era nevoeiro o que víamos. Não sabiam dizer se o céu estava azul ou nublado pois o fumo denso parecia quase tocar no telhado da escola...
 
 
 
Hoje tinha que se falar desta catástrofe!
A visita do Presidente da República foi cancelada e até eles que são pequenos perceberam que só poderia ser assim. O Parque das Serras do Porto está a nascer, temos muito tempo para o visitar!
Durante a nossa conversa, relembramos tudo o que temos aprendido sobre a floresta e sobre as árvores (e muito sabem eles!), falamos dos atentados que elas sofrem, de catástrofes naturais e de atos criminosos... Como é evidente falamos sobre as pessoas que viveram e vivem este inferno, os habitantes daquelas localidades, os que lá passavam férias e os bombeiros... Estas pessoas passaram a ter para eles rostos quando lhes disse que a Mariana, a nossa mentora no Projeto das 100.000 árvores e uma das maiores amigas das árvores, foi apanhada por esta situação e está retida em Pedrógão Grande,  à espera que a situação melhore e que a filha de uma prima minha, a Maria Inês que é bombeira na Sertã, não vem a casa desde que o incêndio começou... 
- Professora, a minha casa também tem muitos eucaliptos à volta!! - disse de repente a Gabriela que a semana passada, no seu poema, tinha dito que se fosse uma árvore não queria ser um eucalipto porque atrai os incêndios...
Foi tempo de os sossegar um pouco, sobretudo porque uma valente trovoada se formava...
Depois de descansar a Gabriela, estivemos a ver com ela como podia resolver o seu problema. Não havia dúvidas! Em outubro bastará procurar árvores adultas (carvalhos, sobreiros, amieiros,...) e por baixo delas procurar sementes ou até pequenas árvores que poderão ser transplantadas. Como já muitas vezes falamos e reforçamos hoje, estas são espécies bombeiras que poderão fazer frente aos incêndios. 
Hoje não se cumpriu o plano de aula porque as perguntas e os comentários eram muitos...
Continuamos a passar e a ilustrar os nossos poemas "Se eu fosse uma árvore..." e lemos alguns deles para a turma.
 
Ao fim da manhã começou a chover!!!!
-Professora, será que lá também está a chover?
Saímos para almoço com a esperança de que estas gotas de água acalmassem a fúria deste inferno...
Esta é uma boa altura para relembrar os nossos hinos à floresta e para partilhar os poemas que já estão passados e ilustrados...
 
 
 

6 comentários:

  1. Sem dúvida que a vossa professora e vós ides fazer a diferença no vosso mundo!
    Resta-me a esperança que meninos como vós... façam a diferença e lutem por um ambiente melhor... por um futuro em que saiba bem viver!

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  2. Infelizmente não consigo eliminar todos os eucaliptos em redor da casa da Gabriela, os terrenos não são meus, mas já obriguei os donos deles a eliminá-los numa faixa bastante grande perto da casa. Dentro do terreno, isso sim, ja tenho carvalhos e árvores de fruta como a Gabriela quer.
    Pai da Gabriela

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    Respostas
    1. Muito bem! Nós sabemos que sabem cuidar muito bem da floresta! Devem continuar a plantar nos vossos terrenos "árvores bombeiras" que a Gabriela já sabe bem quais são!
      Um dia podemos fazer uma saída de campo e um piquenique para conhecer a floresta da Gabriela!

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  3. Espero que a Mariana e a Maria Inês voltem para casa bem! O que está a acontecer é muito horrível. Mas eu sei que o futuro será melhor por causa de meninos como estes e professores como estes. Obrigado por nos fazerem acreditar num futuro melhor, mesmo quando tudo à volta é enevoado e feio.

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  4. Olá, Xana!
    A Mariana conseguiu voltar para o Porto na segunda-feira à noite, muito triste por ver a sua floresta queimada, por ver que tantas pessoas perderam a vida...
    A Maria Inês também voltou a casa depois de 36 horas no combate ao incêndio, descansou meia hora e voltou porque foi chamada! Já foi trabalhar mas sempre que é preciso vai ajudar...
    Nós achamos que as pessoas agora vão perceber que é urgente cuidar da floresta pois dependemos dela!

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